quinta-feira, agosto 23, 2012
segunda-feira, maio 30, 2011
Há uma rua onde mora
O que de melhor houve de nós
O que foi mais inocente
Em nossa real infância
Talvez nem mais haja agora
Aquela rua sem nós
E lá nem mora mais gente
Nem mais exala fragrância.
Que dos jardins demolidos
Dos quarteirões apartados
De casas já destruídas
De tudo que não há mais
Vem o que foi esquecido
Igual aceno apagado
Como amantes não tidas
Numa saudade voraz.
E eu nada sou sem lembrar
Da rua e dos moradores
Sombras de muros ao luar
Olhos, gestos, beijos, flores.
Você se abrigou em minha existência
Como um barco amarrado
Num cais petrificado
De um rio sem seqüencia.
Você fincou seus braços
No meu profundo sapé
E aprofundou meus telhados
Nas minhas fantasias deslembradas.
Você ergueu sua casa
Nos meus limites em conflito
E o mundo ficou mais bonito
E foi além da parada.
Me deixando sem nascente
Sem o borbulho, o aguado
Sem o horizonte plainado
Nas vistas do sol poente.
Você se fez tão amiga
Nesta saudade deixada
Quando sentida cantou
A canção já esquecida.
E eu tenho já de tirar
Você da minha invenção
E criar outra esperança
Vendo você me morar.
Ausenta o alto da vida
E expõe a mim a ferida
Que o tempo passou esquecido
O meu olhar de criança
Se inquieta e nunca cansa
E do que vi, a esperança
Da vida voltar além.
domingo, maio 29, 2011
domingo, junho 06, 2010
BUÇACO - CONCURSO DE POESIA
MATA DO BUÇACO
Beleza, sonho, encanto
Floresta da minha paixão.
Onde entoo o meu canto
Símbolo da minha afeição.
Em Portugal estás na história
Os heróis mostraram destreza.
Por essa grande vitória
Contra a invasão francesa.
De ti o povo se ufana
Mata que nos trazes emoção.
Formosura que de ti emana
Gravada no meu coração.
Meu recolhimento é profundo
Relembro a minha ascendência.
Fazes parte do meu mundo
De superação e transcendência.
Do Vale dos Fetos à Cruz Alta
Vemos a tua grandeza.
A tua beleza ressalta
E o perfume da natureza.
És uma romântica doença
De uma paixão incontida.
Sinto a tua presença
Numa metáfora da vida.
Buçaco, tudo em ti é sedução
És poema da minha liberdade.
Rincão idílico, lugar de evocação
Pátria de mil sóis, flor da humanidade.
Jorge Carvalho
24.05.2010
BUÇACO - CONCURSO DE POESIA
SONETO DO BUÇACO
Buçaco tens encanto
Que alegra o meu viver
E doce é teu manto
Envolve todo meu ser.
Em mim mora a alegria
Teus trilhos percorrer
E canto em euforia
Teus dons a renascer.
Em ti lindos abetos
Sequóias, cedros, fetos
Idílio da natureza.
Por ti serei cantor
Ó musa do meu amor
Candura e beleza.
Jorge Carvalho
24.05.2010
BUÇACO - CONCURSO DE POESIA
BUÇACO, MARIPOSA EM FLOR!
Buçaco meu amor te dei
num frémito de emoção.
Ganhaste meu coração
Eu por ti me apaixonei!
Dentro da minha vida
és amado e estimado.
És chão puro, endeusado
Do espírito, doce guarida!
És frondoso e perfumado
E pura ilusão se acrescenta
Toda paixão se alimenta
De verde a ouro debruado.
Local de culto e magia
E de sereno repousar.
Chilreios, cantos, alegria
És canção do despertar!
Serra de árvores frondosas,
mariposa de flor em flor.
Frémito de sombras viçosas
Canção da terra, puro ardor!
Jorge Carvalho
24.05.2010
segunda-feira, março 01, 2010
Deus dará o sinal.
Bondade, discernimento, reconhecimento da igualdade entre todos os seres.
O meu sonho confunde-se com o sonho de todos e assim, de Deus. Ver os homens vivendo o presente com os olhos de uma criança na véspera do natal, esquecidos do passado, até do que aprenderam, para que a vida se torne uma eterna didática e o futuro a certeza de aportarmos sem correr perigos, plenamente, já em estado de presente.
E de onde vem o meu sonho, se sempre estive tão atento a tudo, preocupado e encandeado com o cair de um galho esguio de uma árvore desproporcional ao vão aéreo em que ele se precipitaria?
Ouvia uma cigarra nos finais de tarde como quem ouve Mozart numa cantata de piano e violino, ou um Chico Buarque, extremamente melancólico em suas palavras de saudade explícitas, ou algo dos Beatles lá do tempo de todos de minha idade.
Meu sonho vem das noites em que estive plenamente sonolento, com as mãos pendendo fora do pano da rede no prazer de ver as palhas do teto de minha primeira casa se transformando em uma entrada de mar tomada de ondas brancas. Chama isto, o sonhador, o sonho que não incomoda e nem nos guarda e nem nos revela, não que entendamos. Com um pouco mais de esforço vê-se o menino sentado à frente da TV assistindo a um programa cibernético, ou o simples pousar leve, sereno, esperado, no meio de tantas nuvens, onde se colocam aqueles que ainda não formaram uma idéia ou um estereótipo para Deus nem para os anjos. Confunde céu com nuvens, com luzes de um início de uma quermesse, quando mil foguetes explodem tornando o alto, coruscante, iluminado por todos os lados.
naeno* com reservas de domínio
Naeno
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
Muito antes de eu nascer já acordavas com cuidados
Um anjo me designastes antes de minha mãe pegar-me.
Ele me dominava quando eu corria rumo ao despenhadeiro
Ou quando me declinava sobre o precicípio.
Me embalava com canções compostas aí,
Serestas e acalantos, com eles eu dormia
Para aplacar minhas investidas nos caminhos de cruz
De noite eu sentia cada passagem do Arcanjo
Sob minha rede armada no entrar do quarto,
E se ausentarem nas estradas altas do céu.
Após e tardiamente, uma mulher deitou-se do meu lado
Tinha uma forma de anjo fêmea,
E na minha vida, já se diminuíam os cuidados do tempo.
Se não for do puro atrevimento, manda-me o teu anjo
Para que cuide de minhas feridas expostas,
Para que resfrie a minha boca:
Há momentos em que mesmo a vontade não nos convence
É necessário que eu te veja inteiro, rente aos meus olhos
É preciso que eu me veja em ti
E que encare os sofrimentos como um sol claro
A tua luz subindo e descendo sobre minha vida.
Manda o teu anjo que com ele eu aprendi a falar
De coisas que por aqui, nas divagações de mim,
Não mais sei contar a ninguém
Nem mesmo a mulher que me acalanta
Nem mesmo o homem que soube ser meu pai.
Não és tu meu pai, que já flutua, que já é anjo
Meu pai verdadeiro, verdadeira saudade lá bem de dentro de mim.
Manda-me essas pessoas todas
Para fazerem um coro, para eu poder dormir.
sexta-feira, fevereiro 12, 2010
À frente de mim verdadeiro, nunca me pus até porque mais pessoas me disseram ou sugeriram que o mais difícil reside em reconhecermos nossas fraquezas, nossos limites, se até a visão do espelho.
Preferi me absorver, absorver-me de minhas bondades, dos meus gestos lindos, da minha solidariedade, do reconhecimento de que admito a igualdade entre todos os seres, todos com os mesmos direitos. Mas tratei-me diferentemente do que quando faço com os outros. O meu ego e a vontade de ser menor ou maior, que alguns, não deixaram-me convencer, diante do promotor e dos dois advogados de acusação e defeza.
Quanto aos amigos de longas datas, os novos, esses eu procuro manter, por que às vezes vejo neles uma estampa bela, quanto a mim, a tela, só olho o preço.
Um abraço fraterno
NAENO ROCHA
quinta-feira, fevereiro 11, 2010
o sol surgindo quando vem de clarear
a natureza, águas e matas
luar tão belo, uma onça a espiar.
és tu morena rio vertente
a cachoeira que a seca nã faz parar
és a colina, és a campinha
cheiro da terra quando a cuva vem molhar.
és tu morena o beijo eterno
desse namoro da rosa com o beijaflor
o sincopado do assum preto
pombo correio, mensageiro do amor.
não é só isso, bem mais tu és
és os acordes das canções dos imortais
na lira branca, no violão
dos passarinhos que cantam nesses quintais.
_________________
naenorocha*comreservasdedomínio
quarta-feira, fevereiro 10, 2010
A traiçoeira Língua Portuguesa
O Director-Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante funcionário, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então, o Director-Geral do Banco, contratou um detective e ordenou-lhe:
- Siga o Dr. António Ferreira durante uma semana, à hora do almoço.
O detective, após cumprida a missão de que tinha sido incumbido, informa o Director-Geral:
Responde o Director-Geral:
- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.
O detective então pergunta-lhe:
- Desculpe. Posso tratá-lo por tu?
- Sim, claro, não vejo nenhum problema! - respondeu o Director surpreendido com a pergunta do detective.
- Então vou repetir:
O Dr. António Ferreira sai normalmente ao meio-dia, pega no teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes charutos cubanos e regressa ao trabalho.
A língua portuguesa é mesmo fascinante!
Eheheheheh...