domingo, setembro 09, 2007

ACEITA


Uma forma de um espanto
Mistura-se entre tantas, menos uma,
Ocupa minha cabeça nas noites e nos dias
A forma de uma mulher.
Mais encorpado que um modelo.
Desejo que me acompanha
De uma lua até outra
De um outro caminho, de um outro temor,
Que me transplanta do tempo e salta o passado,
Que me afasta de mim mesmo.
Que me divide em dois, como um riacho
Que causa em mim medo e febre,
Que se adianta frente à sombra dos órfãos e miseráveis.
Uma forma que se expõe por todos os poros do meu corpo
E só não é o mal, posto que não dói,
É um alívio ante a verdade, muito mais certa, de Deus.
Amor,
Te darei a alegria extrema e fácil,
Do que não se tem de esperar dos outros.
Te darei a cantiga dos saudosos
O suspiro do menino que olha em vão
O brinquedo guardado de minha outra vida
Te darei a nostalgia de quem foi feliz
Em tempos muitos remotos.
Amor,
Te darei a tristeza do que nada encontrou em sua missão.
Te darei o desconforto do que está se perdendo.
Pelos males que não cometeu,
Pelas loucuras de outros, em outros tempos.

2 comentários:

Verena Sánchez Doering disse...

besitos Naeno se textrañaban tus hermosos versos aqui
que estes muy bien, una linda semana

João JR disse...

Lindo Naeno...como sempre!
Belissimo texto amigo:)
Beijinhos