terça-feira, setembro 25, 2007

CHORO DA ESTRELA

A primeira estrela que eu vi
Estava chorando.
E por sua dor impregnada em mim
Declinei o meu rosto e chorei também.
E eu só vim perceber
Porque antes pensei chover
E desconfiei: chover do nada,
Nenhuma nuvem.
Foi quando a vi soluçando e triste,
Os pingos de suas lágrimas
Faziam esta chuva
Uma chuva de gotas contadas
Mas que o chão todo molhava.
Os olhos de uma estrela
Não são como os nossos
Que sequer dão pra lavar o rosto
Elas lavam a vida inteira
Elas comovem o mundo inteiro
E assim todos, como eu, choram.
Choro da estrela chorando,
Choro do que estas lágrimas
Vem prenunciando.
Tomara seja só a solidão do universo,
Porque todas as outras estão imersas
No escuro, um domínio protetor.
Não chores estrela,
Não chores,
A companhia dos homens não te basta.
A nossa comoção pelo teu infortúnio
Não te alargam
A visão de um amanhã venturoso
Acompanhada de todas,
De todas as noites, o lindo estrelar.

2 comentários:

Verena Sánchez Doering disse...

besitos Naeno, siempre tus versos son hermosos
muchos cariños amigo

Laura disse...

Olá naeno, já não nos vemos há muito.. que tal vai a saude e a vida? oxalá corra tudo pelo melhor.
abraço da laura...