Origem
A palavra fado vem do latim fatum, ou seja, "destino". De origem obscura, terá surgido provavelmente na primeira metade do século XIX.
Actualmente a explicação mais aceite, pelo que diz respeito ao fado de Lisboa, é de que este teria origem nos cânticos dos Mouros, que permaneceram no bairro da Mouraria, na cidade de Lisboa após a reconquista Cristã. A dolência e a melancolia daqueles cantos, que é tão comum no Fado, estaria na base dessa explicação.
Há ainda quem aponte na sua génese uma síntese de géneros musicais, devido a abundante presença de outros povos em Portugal, e à altura de grande popularidade em Lisboa, como por exemplo o Lundu e a Modinha.
O fado de Lisboa
Provavelmente começou nas tabernas e nos pátios dos bairros populares (Alfama, Castelo, Mouraria, Bairro Alto, Madragoa), sendo cantado e ouvido pelo povo, até que a fidalguia começou a frequentar aqueles locais para o ouvir. A primeira cantadeira de fado de que se tem conhecimento foi Maria Severa.
Os temas mais cantados no fado são a saudade, a nostalgia, o ciúme, as pequenas histórias do quotidiano dos bairros típicos e as lides de touros. Eram os temas permitidos pela ditadura de Salazar, que permitia também o fado trágico, de ciúme e paixão resolvidos de forma violenta, com sangue e arrependimento. Letras que falassem de problemas sociais, políticos ou quejandos eram reprimidos pela censura.
Deste fado "clássico" (também conhecido por fado castiço) são expoentes mais recentes Carlos Ramos, Alfredo Marceneiro, Berta Cardoso, Maria Teresa de Noronha, Hermínia Silva, Fernando Farinha, Fernando Maurício, Lucília do Carmo, Manuel de Almeida, entre outros – todos já desaparecidos.
O fado moderno iniciou-se e teve o seu apogeu com Amália Rodrigues. Foi ela quem popularizou fados com letras de grandes poetas, como Luís de Camões, José Régio, Pedro Homem de Mello, Alexandre O’Neill, David Mourão-Ferreira, José Carlos Ary dos Santos e outros, como João Ferreira-Rosa, Teresa Tarouca, Carlos do Carmo, Beatriz da Conceição, Maria da Fé. Também João Braga tem o seu nome na história da renovação do fado, pela qualidade dos poemas que canta e musica, dos autores já citados e de Fernando Pessoa, António Botto, Affonso Lopes Vieira, Sophia de Mello Breyner Andresen, Miguel Torga ou Manuel Alegre, e por ter sido o mentor de uma nova geração de fadistas. Acompanhando a preocupação com as letras, foram introduzidas novas formas de acompanhamento e músicas de grandes compositores: com Amália é justo destacar Alain Oulman (um papel determinante na modernização do suporte musical do fado), mas também Frederico de Freitas, Frederico Valério, José Fontes Rocha, Alberto Janes, Carlos Gonçalves.
O fado de Lisboa que é hoje conhecido mundialmente pode ser (e é muitas vezes) acompanhado por violino, violoncelo e até por orquestra, mas não dispensa a sonoridade da guitarra portuguesa, de que houve e ainda há excelentes executantes, como Armandinho, José Nunes, Jaime Santos, Raul Nery, José Fontes Rocha, Carlos Gonçalves, Pedro Caldeira Cabral, José Luís Nobre Costa, Paulo Parreira ou Ricardo Rocha. Também a viola é indispensável na música fadista e há nomes incontornáveis, como Alfredo Mendes, Martinho d'Assunção, Júlio Gomes, José Inácio, Francisco Perez Andión, o Paquito, Jaime Santos Jr., Carlos Manuel Proença, bem como o expoente máximo da viola-baixo, Joel Pina.
Actualmente, muitos jovens – Maria Ana Bobone, Mariza, Joana Amendoeira, Mafalda Arnauth, Ana Sofia Varela, Katia Guerreiro, Camané, Gonçalo Salgueiro, Diamantina, Cristina Branco – juntaram o seu nome aos dos consagrados ainda vivos e estão dando um fôlego incrível a esta canção urbana.
O fado dito ”típico” é hoje em dia cantado principalmente para turistas, nas "casas de fado" e com o acompanhamento tradicional. As melhores casas de fado encontram-se nos bairros típicos de Alfama, Mouraria, Bairro Alto e Madragoa. Mantém as características dos primórdios: o cantar com tristeza e com sentimento mágoas passadas e presentes. Mas também pode contar uma história divertida com ironia ou proporcionar um despique entre dois cantadores, muitas vezes improvisando os versos – então, é a desgarrada
Información de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fado
Freyja
9 comentários:
Freyja,
O fado faz parte dos três F's aqui de Portugal - Futebol, Fado, e Fátima. Já tinhas ouvido falar?
Beijinhos.
Fizeste-me relembrar um livro que li chamado "A história do fado".
Gosto, canto-o e qdo o oiço, embora a sonoridade seja diferente, lembro-me da morna.
Bela lição de história a tua.
Bjos
(desculpa a ausência)
Adoro fado... adoro ESSE fado!
Fado à desgarrada! Adoro
Não tenho o vosso e-mail mas recebi uma notícia triste e não sei se já estão a par dela. O Senhor Acácio faleceu.
Podem ver no meu blog.
Um abraço para todos.
Esqueceram-se da Ana Moura.Uma jovem que canta muito bem.
E da Mariza, a mais internacional e conhecida fadista da nova vaga.
E na guitarra o Jorge Fernando.
O fado antigo era demasiado triste. O actual, (mais internacionalizado) faz as delícias dos estrangeiros nas casas de fados e, no fundo também é mais do meu agrado.Mas ainda sou do tempo do Alfredo Marceneiro e Manuel de Almeida, por exemplo.
Bem...tínhamos mesmo de gostar, porque; das 2 uma ou ouvíamos os fadistas todos ou a canção ligeira, encabeçada pela Simone e pelo Calvário.A rádio passava música portuguesa o dia todo!
boa semana
GRACIAS AMIGOS POR SU COMPAÑIA EN BLOG LUSO, QUE SOLO QUIERE ENTREGAR ENCANTO Y COMPAÑIA
MIL BESOS DE FREYJA
Já ouviram Mariza a cantar "Quando me sinto só" ...?
"..num egoísmo louco eu chego a desejar que sintas o que sinto, quando me sinto só.."
Oiçam e depois digam qq coisa =)
Bjokita da Kianda
A AIDGLOBAL apresenta o espectáculo de solidariedade O FADO ACONTECE que decorrerá no dia 10 de Novembro, pelas 22h00, no Forum Lisboa. Celeste Rodrigues, Raquel Tavares, Ana Sofia Varela, Sofia Amendoeira, Hélder Moutinho, Ricardo Ribeiro, Artur Batalha, Luís Pinheiro, Luís David. Mais informações em www.aidglobal.org
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