Em tempos que já lá vão e que não voltam mais, em terra de burriqueiros, havia um homem erradio que tinha que fazer muitas erratas, porque os textos que escrevia à sua namorada, uma mulher que, apesar de muito gordinha, tinha uma beleza estonteante e, acima de tudo, era uma emérita escritora e a sua fiel conselheira.
O povo adorava o homem, apreciava o seu eloquente discurso e, vulgarmente, tratava-o por Zézito Costa.
Era proprietário de várias burras e de um burro teimoso que lhe dava muitas canseiras. O animal era um jerico preguiçoso e o introvertido do Zézito Costa resolveu vender o jerico na feira.
Um dia chamou a sua fiel companheira e lá foram os dois para a feira da Mealhada onde pensavam desfazer-se do pobre burrito.
Ao passarem na Cova da Areia, uma mulher que por ali transitava perguntou-lhes:
- Então vocês vão a pé e o burro vai aí descansadinho sem nada no lombo?
Zézito Costa, ouvindo aquilo, montou a companheira no burro e continuaram a viagem.
Ao chegarem ao Reconco, um velho de barbas brancas, sorriu-se e disse:
- Não tens vergonha mulher gordinha? O teu peso dá cabo do burro!
Zézito Costa tirou a companheira de cima do burro e resolveu ele mesmo montar o jerico.
Entretanto passaram duas mulheres que levavam várias garrafas de azeite para vender na feira e uma disse para a outra que também transportava um saco de azeitonas:
- Olha o malandro do Zézito Costa! Vejam só como ele é egoísta! Vai montado no jerico e a companheira a pé, coitada...
Vai daí, manda a companheira montar o burro. Entretanto passa por eles um rapazote e pergunta-lhes:
- Esse burro é vosso?
Zézito Costa respondeu afirmativamente.
Pois olhe que nem parece, porque você trata muito mal o pobre animal. O senhor é que deveria carregar o burro em vez de ser ele a carregar com vocês os dois.
No mesmo instante, Zézito Costa, enfurecido, cortou um pequeno pinheiro que se encontrava à borda do caminho e a ele amarrou as patas do jerico. Seguiram então viagem para a feira transportando agora o jerico. Ali chegados, depararam com uma enorme multidão de manifestantes que riam até fartar perante cena tão caricata.
Enfurecido, Zézito Costa pegou na companheira pelo braço e lançaram o burro para o rio Cértoma, regressando rapidamente à vila de Luso.
MORAL DA HISTÓRIA
Quem quer agradar a toda a gente no final não agrada a ninguém.
9 comentários:
E mais...podemos acrescentar a esta moral:
O mais fraco é quem sofre sempre mais...o coitado do burro que nada tinha haver com a diversidade de opiniões...acabou por ir para outras paragens onde existem anjinhos e diabinhos segundo dizem.
beijo
Bem, quando comecei a ler até pensei que estavas a falar em mim, mas..a história já é velha, mas serve sempre para mostrar que o povo nunca muda...
beijinhos ó zeca e corre corre rapaz, nem páres mais...
lolada
eheheheh espero que esse teu homónimo Zeca tenha aprendido a lição e não ligue ao que dizem as más lingua.
Afinal ficou sem jerico gratuitamente eheheheh
Zeca? e que tal se passasses lá no meu canto? beijinhos e corre corre rapaz...
no siempre vamosa a agradar a todos
besitos Zeca y que estes muy bien
Zeca gran amigo, que lindo que siempre estes entregando
aqui todos te aman y tus amigos te extrañan
vuelve luego, kiss
De volta os textos do meu Zequinha :)que me agrada sempre!
"O fracasso é tentar agradar a todos"!Melhor o Zézito ser ele próprio...
Um abraço.
Zeca,
E há tanta gente a quem esta fábula servia que nem uma luva...
Abraço.
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