sábado, dezembro 02, 2006

POLIGAMIA E POLIANDRIA










Perguntaram-me ontem o que é que eu pensava da poligamia e da poliendria!!!!!!
Como eu estava numa de gozo, face à inesperada pergunta, comecei logo a dialogar:
- Deves estar a gozar comigo! Queres conversa é?
Olha lá curioso, não era melhor deixarmo-nos de tretas e viver todos em relações abertas, poder escolher o parceiro que nos apetece consoante o dia e a semana? - Retorqui eu.
- Eu não acho bem, nem mal! - respondeu o gajo.
- Então diz lá o que é que tu pensas sobre o assunto.
- Deve ser uma questão de mau feitio, reconheço, mas se isso fosse a forma mais simples da sociedade se organizar, já estava organizada assim há muitos anos, não achas?
- Eu não acho, nem deixo de achar. Estás a perceber pá? - respondi eu.
- Olha bem o que eu te digo: Ao longo da história, várias pequenas sociedades tentaram este modelo de flexibilidade sexual, mas parece que os resultados não foram os melhores. Sodoma e Gomorra são apenas dois exemplos; parece que até nem se vivia mal por lá, até ao dia em que descambou tudo aquilo. A poligamia e a poliandria existem em determinadas tribos ou sociedades porque servem fins específicos. Por exemplo: numa tribo qualquer perdida nas montanhas na Ásia Central cujo nome agora me escapa, que sobrevive mal e porcamente, pois o seu único sustento é a pastorícia, é permitido o casamento de uma mulher com dois homens, desde que sejam irmãos, que é para um ficar em casa a tomar conta dos filhos enquanto o outro vai passear as cabritinhas. Mas há aqui o chamado efeito útil dos actos: há uma razão para que tal aconteça, trata-se de uma questão de sobrevivência.
No entanto, tenho que reconhecer que há um fundo de razão na tua pergunta ou dúvida, porque os chimpanzés, que partilham com os humanos 98% da cadeia de ADN, revelam tendência para aquilo que Freud chamou perversão poliforma. As fêmeas do chimpanzé são bissexuais e altamente promíscuas. Deve ser por isso que em tantas sociedades ainda é permitido ao homem matar a mulher em caso de adultério. Seja este homem o marido, o pai, ou o irmão.
- Tu estás maluquinho ou quê?- Comentei eu com espanto.
- Não, não estou! Se as mulheres tivessem tendências tão promíscuas como eles, porque teriam os homens tanto medo delas?
- E eu é que sei pá?
- Olha, presta atenção! Como é meu costume, não tiro coelhos da cartola, mas deixo-te uma metáfora de circunstância que se pode revelar de alguma utilidade. Há duas formas de estar na vida, considerando que a feira popular está aberta, ou considerando que está fechada.
Quando se tem uma óptima relação, o mais aconselhável é não ir à feira.
Se não há nenhum compromisso, ou as coisas amorosas não andam bem, então vale tudo: póneis, montanha-russa, combóio fantasma, carrinhos de choque, twister, enfim, cada um por si.
Espero ter-me feito entender.
De repente entram três "matulonas" e, abraçando-se a ele, logo saíram os quatro a toda a pressa, para meu espanto total. O gajo ainda teve a "lata" de me dizer isto:
- Adeus pá e porta-te bem! Eu vou para a feira popular...

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Factos verídicos que aconteceram ontem à noite num "tasco" (com o devido respeito) do LUSO. Quem tiver dúvidas pergunte ao patrão do café se foi, ou não foi, verdade.

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