segunda-feira, abril 30, 2007

A REVOLUÇÃO LARANJA

Certa manhã ensolarada, apareceu-me de surpresa a MOURA AO LUAR que me resgatou da leitura e convidou-me a ir até ao rio do Jordão para tomar-mos uma banhoca relaxante. Tanto eu como ela não tínhamos fato de banho, mas a pergunta surgiu na mesma:
- Está um lindo dia para um mergulho, não concordas? - disse ela convictamente.
Fiquei tão feliz que nem consegui responder. As surpresas estavam longe de terminar. O meu coração transbordou de alegria quando, de repente ela tirou toda a roupa e, de imediato, se lançou às águas do Jordão.
- Anda, vais adorar! - disse ela.
Atirei-me de cabeça e reparei que os nossos corpos se uniram, enquanto ressuscitávamos as acaloradas brincadeiras do passado. Éramos, de novo, uns putos e podíamos fantasiar o início da nossa relação escaldante perdida no tempo.
Quando o cansaço venceu, sentámo-nos na margem a conversar. Aos poucos, ia percebendo o quanto os anos nos tinham alterado. No crepúsculo da tarde uma chuva fortíssima surgiu ameaçadora; um augúrio de desgraça.
Recolhemo-nos numa cabana, acendemos uma fogueira e ela estreitou-me num abraço puro e sincero. Foi-me impossível esconder a emoção.
- Já ouviste falar na REVOLUÇÃO LARANJA? - perguntou-me assustada.
A sua pergunta não me surpreendeu e disse-lhe que não se preocupasse porque o padre Breda tinha resolvido deixar crescer o cabelo para fazer um trancelim igual ao da YULIA TIMOSHENKO, mas nem assim conseguia superar a baixa qualidade das páginas brancas das suas lamúrias que rapidamente adquiriram uma coloração amarelada e envelhecida. Foi por isso que, agora, as páginas amarelas são imprimidas em papel amarelo, menos na China onde as "páginas amarelas" são... brancas!
Então a REVOLUÇÃO está em vias de extinção? Posso ficar descansada? - perguntou ela, agora mais calma.
Respondi-lhe que a REVOLUÇÃO LARANJA é como a MULA e, para excisar os seus temores, expliquei-lhe que a MULA é dos seres mais estranhos que andam a ocupar espaço neste mundo cruel, porque este animal não é carne nem é peixe. É um híbrido resultante do cruzamento de duas espécies diferentes: a égua e o burro. Como não é uma coisa nem outra, é estéril e não produz óvulos... por seu lado, o macho, o filhote varão resultante deste cruzamento, também não consegue produzir espermatozóides. Portanto, comparativamente, a REVOLUÇÃO LARANJA não vai dar fruto porque não consegue fecundar e, assim, a procriação não existe para desconsolo da padre Breda.
Fui incapaz de mentir-lhe, disse-lhe toda a verdade sobre a REVOLUÇÃO LARANJA nesse momento em que tudo era intenso, quente, doce e perfeito. Confirmei a sua alegria e recebi um sorriso de satisfação. Antes que pudesse reagir, já a MOURA AO LUAR me afagava o pescoço e me beijava os lábios.
A festa continuou!

EHEHEHEHEHEHEHEHEH


MIRADAS MISTERIOSAS



EXISTEN MISTERIOS...
EXISTEN MIRADAS...

EXISTEN MIRADAS MISTERIOSAS, COMO LA MIRADA DE UN GATO SOLO EN LA NOCHE...

CADENAS



ME ENCADENAS A TI
ME ATRAPAS

domingo, abril 29, 2007

CARRO FUNERÁRIO

Começámos a nossa vida a ser transportados em carrinhos de bebés. Passados uns anitos somos transportados, diariamente, por um BMW, ou um MERCEDES, conforme o gosto de cada um de nós.
Bem, na realidade, sempre tivemos a sensação, desde o berço, que a nossa vida nos ia correr sobre rodas. E não é mentira nenhuma! Então vejamos:
Começamos no carrinho de bebé, o triciclo vem depois, entretanto deram-nos uma bicicleta com duas rodinhas pequeninas para não esmurrarmos o nariz. Alguns, os mais hábeis, fazem os seus próprios carrinhos de rolamentos, vulgo bicecas e outros recebem trotinetes de presente. Depois, já somos ases do pedal e passamos a andar sem as rodinhas. Eis que chega a mota lá para os 15 - 16 - 17 - 18 anos e é sempre a acelerar até tirarmos a carta de condução e aproveitarmos para conduzir o carro da nossa mãe ou do nosso pai, se ele deixar, claro. Fica mais barato, não é verdade?
Surge, então, o presente de sonho! É-nos oferecido um carro em segunda mão, mas logo nos presenteiam com um carrinho novo. Vamos trabalhar e conduzimos o carro da empresa até chegar o grande dia de comprarmos um FERRARI, o nosso carro de sonho, o espectáculo com que se fantasia desde criança quando coleccionamos os bólides mais famosos.
É chegada a altura de falarmos quimbundo "dikota" - o que em vernáculo é o vulgo cota - e alguém nos vem empurrar a cadeira de rodas. Outros seguem directamente para o carro funerário acabando a vida como começámos. Sobre rodas.
Está na hora de pensarmos em amealhar uns euritos para pagar à agência funerária . E digo isto, apesar de ser um jovem, porque, por este andar, até nos vão cortar o subsídio de funeral. É só cortes!

EHEHEHEHEHEHEHEHEHEH

Morituro - Augusto de Campos - 1994


olho por olhoeye for eye -1964 - Augusto de Campos

sábado, abril 28, 2007


NO BRASIL


Eventos comemoram os 33 anos da Revolução dos Cravos, movimento que marcou PortugalEm situação similar ao que o Brasil sofreu nos anos de chumbo, esteve Portugal sob o domínio ditatorial entre os anos de 1926 a 1974. Abril marcou o fim desse período e por isso o mês é visto com extrema importância para a comunidade lusitana - estendendo o sentimento para países que na época ainda eram colônia lusa.No dia 25 acontecia a Revolta dos Cravos, levante militar que, simbolicamente, colocou cravos vermelhos nas próprias armas e abria condições para a democracia no país. A médio e longo prazo a Revolta dos Cravos acarretou a abertura de Portugal para a troca com outras nações, em diversas áreas, como as artes, o comércio e o turismo. Outro avanço foi a entrada do país na União Européia. Com o Brasil, intensificaram-se as relações, aumentando as possibilidades de troca entre os dois países.Em comemoração à data e pensando no diálogo entre aqui e lá, Fortaleza recebe dois eventos. A Câmara Brasil-Portugal no Ceará promove, hoje, o jantar “Revolução dos Cravos – as portas que abril abriu”, às 20h no Hotel Oásis Imperial. O jantar conta com a presença do Cônsul Honorário de Portugal em Fortaleza, Francisco Brandão


fonte Diário do Nordeste

sexta-feira, abril 27, 2007

AMO-TE LUSO!

A tarde apresta-se para encerrar o dia e dar ao lugar ao cair da noite. É chegada a hora de pegar no meu husky "Kiev", de descer até ao Valinho e tentar calcorrear a distância entre o Luso e a Lameira de Santa Eufémia, passando pela Lameira de S. Pedro e pela Catraia. Estugo o passo e distraio-me do percurso, do suor, do esforço, do tempo e do anoitecer, perdido no balanço doce de problemas, de lembranças e ilusões próximas e distantes. Submerso na recriação dos dias e das coisas, corro para fora mim e para dentro da Vila de Luso. Caio-lhe nos braços e na intimidade. Tomo-lhe o pulso e a respiração. Absorvo-lhe no ar glórias e memórias, sonhos e desenganos, projectos e vontades, anseios e melancolias, dramas e mistérios. Apaixono-me por tudo quanto me rodeia, mesmo que isso não se faça presente na minha consciência. As asas da imaginação desatam-me cicios nos lábios e levam-me pelas ruas da maravilha, do êxtase e da poesia. Luas cheias vêm ao meu encontro, rompendo a escuridão de receios e indefinições. E nesse enlevo me diluo, a ponto de não reconhecer mais a linha da separação. Não sei onde a vila acaba e eu começo. Onde a realidade cede o lugar à fantasia. E sou tudo e todos a uma só voz.
Luso! Pronuncio-te o nome letra a letra; rezo-o e comungo-o em silêncio e de olhos fechados, transido da religiosidade de quem venera mitos e símbolos. E tu, meu Luso, devolves-me um registo vivo e familiar, a falar alto na carne do meu corpo e nas aspirações da alma. Por isso não o digo, o teu nome circula-me no sangue e vem-me à boca em golfadas de encanto e paixão. Para me vivificar.
Como são belos e imensos o rubor e a luz que brotam de ti e me atravessam de misticismo, de fé e de utopia, meu querido Luso! Será alienação? Que me importa, se isso impede a descalcificação da ânsia de viver!
Quão gostosos são os sabores e os temperos que trouxeste à mesa da minha vida! Poder contar com o teu arrimo para superar as barreiras necessárias à sublimação da acidez desafiante da existência. Amparar-me no ensinamento contido na sabedoria muda das águas que correm na fonte de S. João, afirmando que a desventura é passageira e a recompensa é fértil, certa e infinda. E à minha lembrança, quando bebo a água que me purifica a alma e me incendeia o espírito, vêm todos aqueles que por ti lutaram, que te defenderam, mas também me surgem os fantasmas daqueles que não te têm na sua CONTA CORRENTE e que só pronunciam o teu nome vagamente e de tempos a tempos. E como prova de boa-fé aqui lhes deixo um conselho. Nada de encomendar ou permitir invocar o nome do nosso LUSO em vão. É que a vossa CONTA CORRENTE, pobre coitada, anda com o astral muito em baixo. Só atrai anátemas e maus-olhados. Tudo por causa da última ceia.
Alongo-me na corrida e na magia transbordante que me prende a ti e entumece a volúpia de te sorver e habitar para sempre. E, por isso, retumbam antecipadas no meu peito a nostalgia e a saudade de um dia ter que partir e renunciar à gratificação da tua imagem. De não poder ficar contigo até ao final do tempo.
Amar uma coisa significa querer que ela viva, foi o ensinamento que Confúcio nos deixou. Venero-te, adoro-te e bato-te a pala com a determinação tão característica de um militar e, enquanto assim for continuarei a militar na Identificação do poeta:

Desta terra sou feito
Fragas são os meus ossos,
Húmus a minha carne.
Tenho rugas na alma
E correm-me nas veias
Águas maravilhosas.

AMO-TE LUSO!

BOM FIM DE SEMANA PRA TODOS !!!



sEM cOMENTÁRIOS

quinta-feira, abril 26, 2007

GIRA QUE GIRA E TORNA A GIRAR

Olá, bom dia! Estão todas bem dispostas? Estão todos bem dispostos?
Na semana passada andei a divertir-me no "CABEÇA DE GALO" e encontrei lá um cabo da GNRM , que, por sinal, até é um tipo muito fixe. Conversa puxa conversa e eis que este meu amigo me confessou:
- Ó Zeca Paleca, tu que és um gajo super batido explica-me lá porque é que a minha mulher não acredita que , quando saio à noite com os meus amigos, não vamos para o engate nem para as "meninas". Porque é ela tão desconfiada?
Olhei para este "amigalhaço" que denotava uma tristeza tão grande e respondi-lhe:
- Ó pá, isso acontece porque ela é esperta. Esperta e informada. Qualquer mulher esperta e informada sabe que a maior parte dos homens faz algumas coisas quando saem em bando. Por acaso tenho a dizer-te que ainda ontem me chateei com o PINFLIM, porque o gajo tentou convencer-me que tem uma namorada pela qual nutre o maior amor, tipo Bélinha e Ruizinho. Acontece que ele sai à noite com a rapaziada e, por diversas vezes, acaba na cama com outra e, depois, vem com a lengalenga do costume, dizendo que isso não significa nada, porque quem ele ama é a namorada e uma "facadinha" uma vez por outra não significa nada. E, ainda, teve o descaramento de me dizer que a culpa era dos amigos que o convidavam e das mulheres que andam à caça e passam a vida a fazer charme e, agora, sem dar por isso, está metido numa embrulhada de difícil solução. Este gajo anda sempre com manigâncias e, qualquer dia, a tal namorada vai devotá-lo ao ostracismo.
- Tudo bem Zeca Paleca! Mas eu também estou metido numa grande "caldeirada" porque arranjei uma namorada que conhecia um casal adepto do swing. Eu, como sou amante de novos estímulos,"alinhei", porque a adrenalina estava a fazer uma falta enorme ao meu organismo. O problema é que a minha mulher soube do assunto e colocou-me as malas à porta. E agora Zeca Paleca? O que é que eu faço?
- Ó pá, se tu queres a tua mulher de volta convida-a para um jantar à luz das velas, compra-lhe uma gatinha preta, utiliza a táctica da Madonna no Reinvention Tour e reinventa também. Não te esqueças de comprar o ANEL DUREX que vibra como uma avózinha com Alzheimer, o que vai deixar a tua querida mulher a guinchar por mais. Toma cuidado, também, com os onzeneiros que andam para aí.
O nosso amigo aceitou o meu conselho e, passados quatro dias, encontrou-me no "CURRAL DA MULA" e disse-me:
- Grande Zeca Paleca! Ó pá,tu foste o meu nadador salvador! O ANEL DUREX resultou em pleno. Aquilo gira mesmo à maneira!

EHEHEHEHEHEHEH! Pois claro...!
CONTO

A poesia, uma irrealidade.
A pena, a que se sentencia,
Que movimenta-se pelo vento.
E há ventanias que se formam
De onde vêm.
É caso de se amarrar em tronco grosso
Porque o poeta come insosso
A carne o feijão e o prato.
Passa-se tempos cultuando a letra,
Passa-se nove meses a esperando
Pelo ventre liso
Para que surja uma rajada de raios,
E fagulhem os papéis
Marcando com ferro
De ferrar gado,
A propriedade do dono.
A poesia é mentira
Tirada dos poros de um inventivo
Que qualquer calmante evitaria.
O nome que se dá a ela,
É talvez, o nome de um parente.
A poesia é de outros entes,
E de todos, entre, os mais esvoaçantes
Pássaros que só se ouve o canto.
E o poeta, pobre contista,
De estórias, louco sofista,
Que já foi à marte,
Tocou nas estrelas,
Que diz com firmezas,
Elas são todas rosas.
Eu andei me roçando
Por dentro do jardim.
A lua é uma jardineira triste,
Que fica dias em riste,
E ela como alpiste,
Por ser um pássaro, o maior de lá,
Pra ter sustança nas horas de voar.

TOMEMOS CAFE...??????



TOMEMOS CAFE...???

TE INVITO...

GATITA....



UNA GATITA QUE BUSCA...

BUSCA...CONVERTIRTE EN PRINCIPE...

quarta-feira, abril 25, 2007

ALVORADA EM ABRIL




Lembro-me bem da comoção que tomou conta de mim e do estado de embriaguez utópica que se apoderou da generalidade das pessoas. Recordo a euforia e a fé inabalável num futuro que somente podia ser de cravos e rosas para todos. Nos meus ouvidos ecoam ainda os cantos e os pregões que inundaram as praças e as ruas, fazendo da cidadania uma festa e do anúncio da democracia um arco-íris pintado de todas as cores e matizes da esperança. Éramos felizes; transbordávamos de felicidade e sabíamos a razão desse estado de alma.
Mas… será que o 25 de Abril de 1974 aconteceu mesmo? A memória não me atraiçoa. Sim, aconteceu e ficou para sempre gravado na história do País e na carne dos nossos mais inflamados ideais. Ou será que foi somente um sonho que eu tive? Não terá sido apenas uma nuvem passageira, uma quimera ou uma ilusão que se esfumou perante o impacto com o primeiro vento de sinal contrário?
Afinal já não sei bem o que hei-de tomar por certo, se a doçura ténue e nostálgica das lembranças, se a amargura ácida e crua das dúvidas que a conjuntura impõe e adensa de modo agreste e inclemente.
Recordo a policromia das bandeiras e os inúmeros partidos que se formaram, como se fossem cogumelos a brotar da terra logo que caem as primeiras e férteis chuvas do Outono. Tenho presentes as palavras de ordem e as canções, as exigências e reivindicações, os juramentos e as promessas de que não haveria mais exploradores e explorados, de que a abundância seria partilhada por todos. Entretanto o Zeca Afonso faleceu e, pouco a pouco, tudo se gastou e foi ficando pelo caminho, num silêncio dorido e cansado. O Muro de Berlim caiu e nem esse acto de libertação resistiu à sua desvirtuação: ficámos sós, inteiramente à mercê da gula insaciável do neo-liberalismo que, uma a uma, nos rouba as afirmações do direito ao respeito para nos condenar à tirania da caridade. Assim desrespeitados passamos a ser tratados como números e bens danificados. A literatura, a arte, a música deviam ter, nos jornais, nas televisões, espaços significativos, espaços educativos porque um povo ao qual é sonegada a cultura será sempre um povo inferior. Somos do tempo do analfabetismo espalhado por largas manchas da população, do obscurantismo que ainda hoje deve ter indefectíveis adeptos, sabemos que o 25 de Abril foi, afinal, uma porta por onde se escoou a esperança de um país novo, suspeitamos de que muitos fulanos instalados no empíreo da política tratam de si e não sei se do povo que os elegeu, sentimos uma grande frustração, quase nos desprezamos por sermos portugueses e, no entanto, qualquer coisinha que faça sobressair o nome de Portugal empolga-nos até às lágrimas exactamente porque saímos da vil tristeza de um povo martirizado mas que, nos tempos que correm, anseia por tudo quanto ainda não está feito, desde a educação à saúde, do desemprego à dramática distribuição da riqueza e da indiferença pelos direitos dos cidadãos.
Hoje está seriamente abalada a convicção de que os partidos servem o país e a democracia; de que existem para criar e renovar, desenvolver e aplicar diferentes ideais, opções e programas políticos, visando a melhoria da sociedade e da sua governação. Pelo contrário, ganha cada dia mais legitimidade a suspeita de que estão maioritariamente ao serviço dos barões e figurões que neles imperam, para lhes garantir poleiro e tachos, mediatismo e vida fácil e faustosa. Enquanto os militantes e eleitores são utilizados e manipulados na sua boa-fé e na sua generosidade humana e ideológica. E para isso a verdade foi a enterrar; ao som da música dominante no aberrante contexto da farsa, da mentira e falsidade. Ainda se chama a isto democracia!
Felizmente e para gáudio do meu povo, das gentes do meu concelho isto aqui não se passa assim. Temos à frente dos destinos da nossa terra gente de paz, gente de bem, gente que soube acordar do marasmo e letargia em que vivíamos plasmando a nova cultura e consciência de ambições, de exigências e reivindicações, de direitos, desafios, objectivos e metas.
Quero neste dia celebrar, festejar e homenagear, com todos vós, o espírito do 25 de Abril, acordar e reavivar o seu sentido e mensagem. Para tanto quero ganhar a coragem de ser livre, de me libertar de um pensamento e de um modo de actuação tribais. Quero para mim filiações e adesões distintas das tradicionais. Doravante hei-de levantar outra bandeira e gritar outra proclamação; é a nova fronteira que orienta os meus princípios e convicções e baliza os meus passos e acções. Revejo-me nas causas da Humanidade e rejeito liminarmente os interesses perversos do mercado neo-liberal.
A minha esperança é imortal. Repito, IMORTAL! Sei que não dá para mudar o começo, mas, se quisermos, vai dar para mudar o final. Não arrepiarei caminho; prosseguirei firme e porfiadamente, amparado no encorajamento de José Régio:
Não, não vou por aí!
Só vou por onde me levam os meus próprios passos…
Como Fernando Pessoa, eu tenho o dever de sonhar sempre, de sonhar em grande, de ser mais do que um espectador de mim mesmo e de conceber o melhor espectáculo que posso ter. Por isso imagino e construo, com ouro e sedas, um palco e cenário para viver o meu sonho entre músicas brandas e luzes invisíveis. É assim que eu me ergo e sinto, combatendo a decepção e desilusão com voz pequena e pouca, mas bastante para cantar e lançar um raio de luz e confiança: 25 de Abril SEMPRE!

Eddie Griffin crashed a rare Ferrari

Ferrari crash heheheh

Ator otário destroi ferrari Enzo

Pegadinha dO Perfume

heheheheeee

cuidado com o perfume !!!

Novos Locais de Venda de Estados d'Alma


Onde já pode ser comprado "Estados d'Alma":

www.corposeditora.com ou enviando mail para info@corposeditora.com (a editora paga os portes)
(no site o livro esta na colecçãoo "o espelho desta hora".)

livrarias:
Fnac (dia do lançamento estava mais barato 1,60€ , ou seja, a 14,40€, no entanto não sei se a FNAC vai manter este preço ou 16€ como nos restantes locais)
ps: em algumas fnacs pode não estar fisicamente o que não impede a sua compra, ou seja, basta pedir o livro na fnac que ele fica logo disponível na loja).

Também está na FNAC ONLINE. Link do meu livro na FnacOnline :http://www.fnac.pt/pt/Catalog/Detail.aspx?cIndex=0&catalog=
livros&categoryN=
Livros&category=
poesia&product=2200012829769


Sá da Costa (chiado- Lisboa)

Poetria (Porto) (tb faz envios com portes pagos (www.poetria.pt))

Almedina do Arrábida Shopping (Porto)


(até ao momento sei destes locais...mas vai estar em mais...depois direi!!

já não há razão para não o comprar...o livro da para fazer de pisa papeis, para pousar copos, para fazer sombra...ahh e se quiserem podem também ler...:D

terça-feira, abril 24, 2007

25 DE ABRIL...SIEMPRE PORTUGAL

25 de abril Siempre en PORTUGAL

La revolución de los claveles - 25 Abril






A voz da revolução: Zeca Afonso
Grândola Vila Morena


Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade





ABRAZANDO A PORTUGAL CON MUCHO CARIÑO

© Freyja

OS CAMINHOS DA FELICIDADE


Laura sempre se voltou para o seu corpo; sempre procurou compreendê-lo, adaptá-lo, modificá-lo, torná-lo belo e eternizá-lo. O esvaziamento sistemático da transcendência divina, próprio da modernidade e da sua ciência, levou-a a colocar toda a esperança no corpo, na ideia de o fazer, de o construir, de o dominar e modelar, de o subtrair ao arbítrio absolutista das leis da natureza. No seu vazio transcendente surgiu o narciso por medida: uma cultura da personalidade e da personalização, como os seus mestres lhe tinham ensinado. Só lhe restava durar e conservar-se, aumentar a fiabilidade do seu corpo, ganhar tempo e ganhar contra o tempo.
Laura, ao procurar os caminhos da felicidade, sabia que iria despontar um cortejo de solicitudes, de cuidados, de tratamentos preferenciais, de controlos e de mil práticas e rituais quotidianos de manutenção. Para responder ao imperativo da preservação da identidade, para continuar jovem e não envelhecer. Para reciclar a funcionalidade e combater a adversidade temporal. Para diluir a angústia e degradação das rugas e das heterogeneidades da idade. Para lutar contra a torpeza da decrepitude física. E isto no pressuposto de que às funções orgânicas, sujeitas a leis biológicas, podem ser colocadas exigências sociais, determinando que o corpo humano seja não apenas organismo, mas também um facto sociocultural, podendo ser construído, "dominado" e "utilizado" objectivamente.
Laura sabia que, acessível a partir do exterior e discente na actividade, o corpo é portador de numerosos graus de liberdade. Torna-se objecto de realização num processo em que o "natural" pode ser reformulado no quadro das leis da natureza e sob a perspectiva de objectivos, de exigências e interesses muito distintos. Pode ser feito, construído, adaptado, recriado, modificado, reciclado, apresentado, isto é normalizado segundo ditames funcionais, fantasias, gostos, problemas e necessidades ao sabor da moda. Pode alcançar níveis de funcionalidade concordantes com os mais diversos normativos, nomeadamente o da saúde.
Laura levou longe de mais o seu esforço para ser bela. Escolheu os seus caminhos da felicidade e deixou que o EU tomasse conta de tudo. Não deixou lugar para o OUTRO e não me escutou; o egoísmo abafou por completo o altruísmo.
Adeus Laurinha!

Pegadinha do João Kleber:


Pegadinha !!!! hehehehheeee

tem cada maluco !!!


NUESTROS CUERPOS...



Y nuestros cuerpos toman forman…

tus manos recorren mi cuerpo..

la pasión esta…y te deseo,

hagamos el amor y dejemos el universo

lleno de susurros…

© Freyja

TENGO SABOR...



SI...TENGO SABOR A SEDUCCION

PUEDES SEDUCIRME

segunda-feira, abril 23, 2007

O BURRO
Vai ele a trote, pelo chão da serra,
Com a vista espantada e penetrante,
E ninguém nota em seu marchar volante,
A estupidez que este animal encerra.

Muitas vezes, manhoso, ele se emperra,
Sem dar uma passada para diante,
Outras vezes, pinota, revoltante,
E sacode o seu dono sobre a terra.

Mas contudo! Este bruto sem noção,
Que é capaz de fazer uma traição,
A quem quer que lhe venha na defesa,

É mais manso e tem mais inteligência
Do que o sábio que trata de ciência
E não crê no Senhor da Natureza.

Patativa do Assaré. Um poeta típico sertanejo, que não teve acessso aos livros, não estudou. Tpda a sua obra, compreendendo vários livros e discos lançados, são feitos por pura intuição, que chamo inspiração Divina.

dragster acidente....

Não corra !!! heheheeee

boa semana

VESTIDA...



VESTIDA DE GUERRA...
VESTIDA DE PASION...
DESNUDA Y SENCILLA
DESNUDA Y GUERRERA

Para relaxar...



Para relaxar...

domingo, abril 22, 2007

CARTA AOS AMIGOS - GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ


Carta aos amigos - Gabriel Garcia Márquez

"Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse um fragmento de vida, possivelmente não diria tudo o que penso mas em definitivo pensaria tudo o que digo.
Daria valor as coisas, não pelo que valem, senão pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.
Andaria quando os demais se detêm, despertaria quando os demais dormem.

Escutaria quando os demais falam, e como desfrutaria um bom sorvete de chocolate!
Se Deus me obsequiasse um fragmento de vida, vestiria simples, me atiraria de bruços ao sol, deixando des- coberto, não somente meu corpo senão minha alma.
Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo, esperaria que saísse o sol.

Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre asestrelas um poema de Benedetti, e uma cançãode Serrat seria a serenata que lhes ofereceria àlua.
Regaria com minhas lágrimas as rosas, parasentir a dor de seus espinhos, e o encarnado beijode suas pétalas...

Deus meu, se eu tivesse um fragmento de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer as pessoas que quero, que as quero.
Convenceria a cada mulher ou homem de que são meus favoritos e viveria enamorado do amor. Aos homens lhes provaria quão equivocados estão ao pensar que deixam de enamorar-se quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de enamorar-se!
A criança lhe daria asas, porém lhe deixaria que sozinho aprendesse a voar.

Aos velhos lhes ensinaria que a morte não chega com avelhice senão com o esquecimento

Tantas coisas tenho aprendido de vocês, os homens...
Tenho aprendido que todo o mundo quer viver no topo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.
Tenho aprendido que quando um recém nascido aperta com seu pequeno punho, pela primeira vez, o dedo do pai, o tem apanhado para sempre.
Tenho aprendido que um homem só tem o direito de olhar a outro com o olhar baixo quando há de ajudar-lhe a levantar-se.
São tantas coisas as que tenho podido aprender de vocês, porém real- mente de muito não haverão de servir, porque quando me guardarem dentro dessa mala, infelizmente estarei morrendo"

(PARA COMENZAR UNA SEMANA REFLEXIONANDO)

UN PD/ ESTOY MUY AGRACEDICA DE MARIUS70, ME ACLARO QUE ESTA CARTA NO FUE ESCRITA POR GARCIA MARQUEZ Y AQUI ESTA SU EXPLICAION QUIEN HIZO ESTO EN INTERNET

marius70 dijo...
Olá Freyja

Nem sempre o que aparece na net corresponde à verdade. Este PPS já o li por volta do ano 2003, e já o mesmo circulava desde 1999 e Garcia Márques ainda está vivo e recomenda-se.

Este texto foi escrito por um ventríloquo chamado Johnny Welch. Quando Garcia Marquez soube que esta carta circulava na net como tendo sido ele o autor negou publicamente ter escrito um texto “tán malo”.

E não há volta a dar-lhe pois se cada um de nós colocar isto nos blogues ou enviarmos para os amigos o dito pps iremos perpetuar a mentira.

Tudo de bom

Y YO TE DOY LAS GRACIAS PORQUE CON ESTO SE DEMUESTRA QUE BLOGOSFERA UNE, APOYA Y AYUDA

GRACIAS AMIGO MARIUS7O

Con cariño, Freyja

AS MARGENS DO RIO LUAR


Bem lá no alto da margem pitoresca do rio Luar, numa campa singela do cemitério da esperança, jaz a Rosa, mulher simples e humilde que a todos encantava. O seu coração encontrou a última morada bem longe dali, num lugar tranquilo e predisponente à meditação no bosque da serenidade. Sempre que passo nas margens do rio Luar o meu pensamento volta-se para ela e evoco sempre o seu nome: ROSA! Contudo, o nome desta bela mulher, após a sua morte, não suscitou apenas admiração, respeito e fervor. Para os pedagogos ela não foi suficientemente racional e cientista, para os historiadores foi demasiado idealista, para os políticos foi longe de mais na sua exigência da fraternidade entre todos, para os da direita excedeu-se em humanismo e liberalidade, para os da esquerda não se libertou da aristocracia e do conservadorismo. Assim, de todos os ensinamentos que ROSA me deixou, permaneceu sempre em mim o reconhecimento unânime da solidariedade, muito embora este reconhecimento, para muitos, não passe, inúmeras vezes, de uma formulação platónica. Ao recordarmo-nos de ROSA poderemos desencadear paixões, críticas e reflexões preocupantes, mas a sua postura ao longo da sua vida terrena, perdura como pilar sólido da utopia do templo da paz. Hoje, ao passar pelas margens do rio Luar, recordo-me das suas virtudes que, para mim, consubstanciam uma pedagogia da fraternidade universal, um corpo de aspirações e exigências, de princípios e valores de alto teor humanista. Importa repetir os pensamentos e as ideias de ROSA, proclamá-los e aclamá-los, para renovar o juramento de fidelidade que as contingências dos tempos vão corroendo.
FAMILIA BRASILEIRA

Uma família típica brasileira
Adeptos de brasileiros confessos.
Vêem na Amazônia o pulmão do mundo.
Nas Minas Gerais, o ferro
Que construirão andaimes
Para chegarem ao céu.
Uma família portuguesa.
Uma porção de índios, no kuarupe,
O vencedor leva um açoite,
Um tronco cortado às vésperas.
Cultuam o estalos de não poderem
Pagarem uma cerveja nos domingos,
E misturam cachaça com qualquer coisa,
E bebem erguendo taças até aos olhos.
Todos os finais de semana lavam
Com shampoo especial,
O velho Fiat cento e quarenta e sete,
Da primeira levada construída,
Meio de transporte,
Meio carro italiano,
Com adesivo do Fiorentino,
Um carro todo italiano.
Nele vão à praia, e já levam tudo pronto,
O que é quente ou frio vai no isopor,
O que nem é quente nem frio,
Vai amarado encima, no bagageiro,
Sem cuidados, com o frio ou com o calor.
Uma família brasileira, vive dessas besteiras.
Eu vi o Passaporte do Paulinho Assunção,
Será que ele vai fazer unas compras em Asunción?
Uma família brasileira típica,
Vestidos em típicos trajes japoneses.
DIA E NOITE

Construir uma noite é fácil demais
Basta juntar sonhos e pesadelos
E deixar-se embriagar por luares
Desembaraçar estrelas aos novelos
Tecendo distantes constelações
Nos nadas azuis do firmamento imóvel
Até que as distâncias unifiquem os tons
Parindo do escuro a negritude movel.
Mais complicado é inventar o dia
Têm-se que ser operário da luz
Colher claridade do claro que se irradia
E bordar da luz do sol pontos cruz.
_____________________________________
uma homenagem ao grande poeta e pintor Jose de Almada Negreiros

TU OLOR...


TU OLOR TODAVIA ESTA AQUI...

sábado, abril 21, 2007

LUSO QUE YO AMO!

Um blog pode ser comparado a um relicário, onde guardamos nossas peças reluzentes, que de vem em quando o abrimos e lustramos, a tomarem um brilho ainda mais intenso, tudo aquilo que criamos, que alguém como colaborador jogou lá dentro, como fazem as abelhas com o néctar que trazem dos topos das árvores, um blog não é só divertimento e brincadeira de quem não tem o que fazer. Ele se tornou para o mundo, sem sermos exagerados, de nem um jeito, peça de interação entre as pessoas. E quem sabe, convencidos de que é disso que o mundo precisa no momento, os Blog e seus adeptos só tenderão a crescerem, consolidando esse serviço e sua forma de peça importante na aproximação das pessoas.Um blog, é intimamente a pessoa que nele escreve suas íntimas coisas. E conseqüentemente é essa pessoa voando pelos quatro cantos do mundo, como fazem as andorinhas do Canadá, que no inverno saem de lá e vem aportarem no Paraná do Brasil.Dentre muitos blogs que conheço, destaco o papel do “luzo”, não por fazer parte dele, não por amá-lo como assim já me declarei, e pelo seu poder de penetração de benfazejo gesto de abraçar pessoas de vários países, línguas, pensamentos e outras peculiaridades, divergentes entre si.O LUZO, ao que se presta, tem feito o seu papel de maneira irretocável. somos tantos a zelar por ele e todos os dias saudá-lo já pela manhãzinha. São tantos no mundo que riem a se mijarem com as sacanagens do axiológico, do Zeca Paleca. Quantos não olharam ao corpo todo cintilante de Nokitas e não sonhou com essa moça, que passa rente aos nossos olhos uma imagem de mulher fatal, e é letal, mas que no fundo só busca com as mesmas nossas mãos este interagir, esse amor dividido, em pedacinhos, e espargidos sobre o mundo, como fazem os aviões lançando água sobre a floresta em chamas.Quem não ama o luzo, ama certamente a ONU, cuja responsabilidade de congregar as pessoas e os países afiliados a ela. E somos quem fazemos em seu lugar. Quem ama o luzo, em algum momento abençoado de sua vida lembrou São João Paulo II, a nuvem que cobria a terra inteira, com sua alvura indescritível. LUZO, um nome oportuno, para os brasileiros em especial, por que foram luzos os que nos descobriram e nos deixaram sermos a nação que somos hoje.
LUZO, pelos teus serviços, que fogem às brincadeiras, às propostas de coisas sérias que tenho visto, a responsabilidade, e o bem fazer de seus responsáveis como Freyja, Nokitas, Sandokan – um Fernando pessoa – Axiológico, dentre outros tantos, eu tenho a te dizer que além de te amar insisto em dizer que és o melhor blog do mundo.
Se quiséssemos, amanhã mesmo estaríamos aqui a fazer sensacionalismo, ou evidenciando Hollyood em peso, mas isso seria uma banalidade que não nos levaria a nada. Não trataremos de um mundo irreal onde, nem nós entenderíamos bem o nosso papel.

FIO DO DIA

O caminho das pedras... Das pérolas...


O caminho das pedras... Das pérolas...

sexta-feira, abril 20, 2007

LUSO Y ZECA PALECA




ZECA PALECA AMA A LUSO

LUSO Y SANDOKAN




SANDOKAN AMA A LUSO
SAUDADES
Brasil, querido e pequenina aldeia, onde dorme para sempre embalado pelo doce ciciar das brisas que farfalham nas folhas dos coqueiros, aquele que me guiou os primeiros passos para a vida। Como eu te quero, como eu te amo!...Como eu te sonho, como eu te revejo, através da minha infinita e duradoura saudade!
Há quanto tempo já eu os meus olhos não vêem esses campos matizados de flores, as serras longínquas e azuladas que fizeram , nos meus dias idos de criança, a alegria suprema da minha vida, o contentamento despreocupado da minhalma... Mas, ainda assim, como eu te quero, como eu te adoro, como eu te bendigo, querida e pequenina aldeia onde nasci!...
Se eu agora lá fosse, como evocaria, diante de cada velho e carcomido tronco de árvore, as cenas mais pueris da minha infância. Como eu percorreria, se agora a ti estivesse, vagarosamente, passo a passo, teu tristonho coqueiro sombrio!
E ali, sentado no mais alto daqueles rochedos gigantes, à margem do "Riachão", ouvindo o fragor das rápidas cachoeiras que se despenham, que se precipita, vertiginosamente. Como eu recordaria o tempo que já vai longe, aquele tempo feliz,em que dormia a sesta, ouvindo o macio e caricioso cantar das águas!... E depois, penetrando a clara e rústica igrejinha, que mamais foi concluída, com que devoção portar-me-ia diante da imagem risonha do Menino Deus, mãos erguidas para os céus, como fazia outrora, diariamente, quando a minha ingenuidade infantil ainda não tinha compreendido o espetáculo torpe dos “vendilhões do Templo”!... E, logo em seguida, vistas elevadas para o mais altaneiro dos morros, olhos pregados no imenso Cruzeiro, marco histórico do fim do século XIX, como eu admirava, enlevado, a simplicidade daquele símbolo perfeito, da menos imperfeita das religiões, de cuja base – amo ao próximo como a ti mesmo – tanto se têm afastado os falsificadores da verdade!....
Brasil!.... quantas vezes, ao pôr-do-sol, quando a natureza inteira parece que se curva, numa doce prece de amor e de perdão, como que escuto, ao longe, trazida, talvez, nas asas da minha saudade, a toada enternecedora do Ângelus, nessa voz triste e plangente da tua pequenina sineta de capeta... E é, justamente, nesta hora de pungentes recordações que a minhalma costuma repetir baixinho: como eu te quero, como eu te amo, como eu te bendigo, risonha e bem amada aldeia onde nasci.
BOCA
A boca presume mentiras
Dos dentes que falam verdades.
Há um céu de bom descanso
Estrelas que ardem de brilho.
A boca se espanta com o beijo,
E beija as bordas do mundo
É ela que se faz distante e fecha-se
Numa soberba contração, dormindo.
Fico com a boca por uns dias, calada,
E fecho-me em meu coração
Clausura aberta,
Esperando que tua boca incerta,
Finque no fundo da minha.
O que regurgitas.
Amor, amor, amor,
Não queiras quem já andou perto,
De uma boca, do seu ventre quente,
Dizer não, porque coça o desejo
De um mergulho lá das estrelas,
E dividir bem no meio a terra,
Matar suas feras,
Pelos seus dentes.
Queda, boca ao meu destino
Aprofundo-te no silêncio,
Apenas, passando perto.

GEOGRAFIA DE HOMBRE






GEOGRAFIA DE HOMBRE

prazer....





PRAZER......

Quanto vale o teu prazer?



Quanto vale o teu prazer?

DESEOS


DOS CUERPOS LLENOS DE DESEOS...

quinta-feira, abril 19, 2007

O ALQUIMISTA





Gonçalo era um homem triste, abandonado, cujas ambições começavam a esmorecer ao ponto de estabelecer um compromisso insidioso consigo, próximo por começar a aceitar as suas limitações, denotando mais recuo e lassitude perante o fracasso do que um discernimento correcto dos poderes que possuía. Esqueceu-se, completamente, que lhe ensinaram que somos todos heróis e génios em potência e que é preciso coragem para enfrentar o trabalho árduo, pois se o mergulhador pensasse sempre no tubarão, nunca conseguiria deitar mão à pérola. Tinha medo e todos sabemos como o medo é inimigo da tentativa, e isso, tornava-o fraco, subvertendo a sua confiança, interferindo com o seu desempenho, enfraquecendo as suas decisões.

Gonçalo procurou Carlos, o seu leal companheiro de tantas jornadas. Conhecedor e astuto, profundo estudioso do sábio Voltaire, Carlos ensinou a Gonçalo que o medo nunca pode gerar virtude e, assim, foram os dois consultar o ALQUIMISTA DE LORVÃO, porque a coragem é uma espécie de salvação e é preciso ter coragem para o mais estranho, o mais singular e o mais inexplicável que possamos encontrar.

O ALQUIMISTA deu AZOTH - o leite da virgem - a Gonçalo e aconselhou-o a orar e a trabalhar. Também o aconselhou a contrair o Matrimónio Alquímico para aumento e multiplicação dos seus seguidores, as ovelhas do seu rebanho. As suas laranjeiras iriam, assim, produzir melhores e mais frutos. Pediu a intervenção de Maria, a Judia, irmã de Moisés, filha de Platão, raínha da SABEDORIA. Acenderam uma enorme fogueira em honra de ALBERTO MAGNO, o feiticeiro da PAMPILHOSA sem botão e conseguiram perceber que o ódio é um sentimento que conduz à extinção dos valores.

Gonçalo regressou satisfeito da sua viagem e reconheceu que emoções como a culpa, a vergonha e o orgulho têm geralmente como objecto a própria pessoa ou coisas com que ele se identificava, como o seu concelho, o seu País.

A alquimia do ALQUIMISTA trouxe efeitos espectaculares ao ego de Gonçalo que usa agora um espelho para ver o rosto, mas ainda não usa as obras de arte para ver a alma.

Comprar Estados d'alma ONLINE


Bem, como ainda não sei a listagem de lojas onde o meu livro vai estar à venda, deixo duas possibilidades que se pode fazer online:

Pedir o livro na editora, ou seja : enviar um mail para info@corposeditora.com, escrevendo no corpo.- "Pretendo o livro estados d'alma de João Filipe Ferreira, para tal deixo os meus dados:
Nome
Morada

O pagamento é feito à cobrança. A editora penso que paga os portes.

Outra forma é pedir-me a mim...eu enviarei à cobrança , mas terei que acrescentar os portes. Incluo porque estando a pagar os portes a todos os que me fizessem a encomenda, estaria a ter bastante prejuízo, e seria incomportável para mim.

O livro custa 16 euros(nas lojas e em qlq lado), os portes segundo sei são de 3.75. Neste caso com todo o gosto escreverei uma dedicatória. (caso queiram):)
Como podem ver não estou a ganhar nada com isto...
Para isso enviem-me um mail (joaofferreira@hotmail.com ou joaoferreira1@gmail.com) com o nome e morada para o envio (à cobrança)
No entanto colocarei depois a listagem de lojas, mas online nem é preciso sair de casa...

Um beijinho e um abraço
MAR MORTO

Na procela os ventos se quietam
E passam horários de ponteiros livres,
Rodopiam as horas porque o tempo embala
O mar bravio que se separa.
Deixando à superfície velhos lunáticos
Com talheres de ouro, candelabros de prata.

No mar das tormentas
Temperou-se o vento
E não quebram ondas
Por sobre os rochedos.
E virão peixes à superfície,
Entregar-se aos pesqueiros
Como no milagre.
E serão partidos ao meio
E o resto será jogado
Pra que outros peixes comam,
Na confortável areia.

Rompeu-se o mar,
E o farol faz um rastro fino
Que agora é um caminho
Não marés, não mares, não águas.
As praias serão habitadas
Por pássaros silvestres amazônicos,
Ou babilônicos que aportarão aqui.
Calma demais caminhará a onda
Porque sabe, vem e não volta mais.
Aqui há sede, a sede dela,
Onde se perpetua um deserto calmo,
De cá agora se vê Portugal.
DEUS

Ah, aqueles anjinhos, criação de Deus, da necessidade humana de proteção, meiguice, carinho, descanso e gozo. DEUS criador e criatura do homem, pela necessidade de mais vida, ou vida, já que as coisas por aqui andam tão tirando da gente, que nos deixam à exaustão. Não existisse DEUS, naturalmente, - pura quimera - , por obrigação ELE se faria. De si mesmo DEUS se faria, e faria tudo o que fez, com os mesmos cuidados. DEUS é uma auto criação, que cabe aos homens o sonho a idealização de sua imagem, forma, magnitude. DEUS é onipresente por estar arraigado, cravado em cada um de nós como sinais; Deus é Onipotente por potencializar os homens que O contém, para as realizações válidas, que a DEUS interessa e se destinam, como o bem, o bom, a caridade, a simplicidade, a alegria, o riso, o choro, a vida, a morte que é vida, em inicio sem tempo para o fim. DEUS seria obrigado a se auto-projetar aos homens que desde os primórdios clamam, falam, pedem, imploram, oram, humilham-se, dedicam-se, vivem por fim, pela simples garantia da vida eterna, diferente da que passamos aqui, inodora, de amor, de paz, de descanso, de reconhecimento, de igualdade, de brandura, perfeita como são as coisas feitas pelo ALTÍSSIMO. Deus teria forçadamente que inventar-se tamanha a necessidade do homem de quem os assista, lhes confortem, lhes assegure: as peculiaridades da vida celestial. Clama o homem por muito tempo por DEUS, que os tem respondido, satisfeito, caso não, de nada interessaria o homem ser virtuoso, pois o faz na esperança de ver a DEUS, criador e criatura sua. No entanto DEUS não é invenção, e a criação a que me refiro é a de se sentir pulsar dentro e fora de cada um de nós uma força, um poder encaminhador, uma impulsão para a prática de coisas lícitas e agradáveis aos olhos de DEUS. As formas, o jeito, a composição foi o que apenas o homem conseguir engendrar, sem saber ainda o certo. O CERTO é DEUS, o errado é a inércia, o não aprofundamento, não imaginar DEUS na sua forma, do jeito que ELE cons conforma, nos alivia, nos consola, nos tira do afligiu. DEUS provocou e ainda provoca nos homens olhares para ELE, e, a criação do homem que, puramente é criatura, se resume em apenas dar formas, poder e graça do que não vê, e confiar no que crê ser, e é, DEUS, criador de tudo e de todos. Sua obra mais importante foi dá vida e intelecto ao homem, inquietá-los a poderem também serem criadores.
TEMPO

Passa o tempo
E a estrada vai
Aonde só ela sai
E eu não consigo ir.
Cada passo conta tempo
E o coração só inventa
Amores pra eu ir buscar.

Tempo,
Que se conta rápido e lento
Para o que dura a alegria
E de esperar de ela vem.

Vida, ainda
Que eu te inventasse de novo
Vendo o tempo,
Eu não saia do ovo.