sexta-feira, janeiro 12, 2007

TONEL SEMPRE NA FRENTE



Tonel foi ligado às máquinas e gritou bem alto:

- NO REFERENDO NACIONAL EM 11 DE FEVEREIRO de 2007 EU VOTO A FAVOR DA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ!

2 comentários:

Diabba disse...

vou recomendar a todas as mortais tugas o voto positivo!!

até eu me vou disfarçar de mortal para votar!! hehehehehe

beijo de enxofre

A. João Soares disse...

Aborto e envelhecimento da população

Procuro ser um defensor da racionalidade e da lógica das decisões. Podem ser cometidos graves erros, mas se a decisão tiver sido tomada com base em dados tidos como correctos, a conclusão a que se chegar, depois de um raciocínio bem conduzido, não deve ser atacável. Mas... errar é humano.

Nos dias que estamos a viver, ouve-se repetidamente falar do envelhecimento da população, da despenalização do aborto, da recusa de tratamento para prolongar a vida em situação terminal de doença incurável, de problemas financeiros da segurança social, etc. Trata-se de um conjunto de dados que, bem analisados e equacionados poderão conduzir a várias pistas.

A posição do partido do Governo em relação à liberalização do aborto nas primeiras dez semanas parece ser contrária às razões que têm levado a segurança social a lamentar o envelhecimento da população. Quanto menos nascimentos, maior será o envelhecimento, por falta de rejuvenescimento que só pode resultar de partos bem sucedidos.

Há dias, ouvi uma opinião que afirmava que o aborto até poderá ser útil se cada um corresponder à eutanásia forçada de um idoso beneficiário de uma ou mais reformas milionárias. Em termos matemáticos, esse raciocínio está correcto, mas, como iria afectar prioritariamente políticos e seus amigos, não teria viabilidade prática. Porém, a recusa de tratamento para prolongar a vida não será suficiente para esse fim e não irá atingir os milionários que, por norma, são egoístas acomodados. E qualquer destas decisões será eticamente polémica.

Uma outra solução para evitar o aborto, sem lesar os interesses das mulheres grávidas que os pretendem fazer, seria o Estado tomar conta das criancinhas, criá-las, educá-las e dar-lhes o apoio paternal adequado. Aliás, isso seria lógico para todos os bebés. Nos tempos das sociedades rurais, os filhos eram uma riqueza para os pais que, assim, dispunham de mão-de-obra para amanhar os seus terrenos, e apoio garantido na velhice. Pelo contrário, hoje, não há benefício em ter filhos que apenas dão problemas, aborrecimentos, limitações, despesas, sendo afinal o País (além deles próprios) o único beneficiário da preparação que os pais lhes dão. Tem, portanto, lógica que o Estado tome conta das crianças, o que traria grandes benefícios gerais e libertaria os hospitais dos abortos decididos pelas mães «porque sim». A maior dificuldade para o Estado seria a da protecção das crianças contra as investidas de pedófilos de colarinho branco e gravata.

Embora daqui a alguns anos estas ideias possam ser encontradas na legislação, considero-as, neste momento, meras especulações assentes nas possibilidades lógicas, sem qualquer entusiasmo para as defender nos tempos que correm. Os visitantes podem apresentar críticas, com soluções diferentes para os problemas de que por aí se fala.

Hoje o aborto, fora das excepções já consignadas em lei, só é solução para mulheres distraídas, desleixadas, promíscuas, pois uma mulher normal tem inúmeras maneiras de evitar ficar grávida e, em última solução, tem a pílula do dia seguinte. Votar sim no referendo é incitar as mulheres à vida irresponsável, despreocupada, estúpida e arriscada.