sexta-feira, fevereiro 23, 2007

AMOR, A MORTE

Águas de enxurradas do amor, quem se arrisca, A segurar garranchos e se assentar em lodo,
Rio sem futuro, que depois da chuva, a vista,
Não terá mais rumo, o que ver de novo.

Bate o vento trazendo a chuva que tudo traz,
Uma esperança, o amor, lembrança de se agarrar,
Uma vontade espessa, algo que nos faz,
Pensar eterno, desejar os restos que se assentarem.

Águas corredias, de sentido contrário,
O amor nos conduzindo pra de novo se largar,
E retomar o leito revertendo, o horário,
Quando mergulhamos loucos por lhe abraçar.

Uma cuspideira, sujeira do mar,
O amor assim quase sempre nos traz,
Já perdido o fôlego, a visão, o ar,
Dá-nos sua boca como um salva vida,
só isso faz.

3 comentários:

Lia disse...

Não será a morte um culminar de um amor?...

Beijinhos

Olga disse...

Gostei do poema e parece-me que o poeta não acredita no amor eterno: "O amor nos conduzindo pra de novo se largar". Acredito que alguns amores sejam eternos, mas são muito raros!

João JR disse...

Olá:)
Gostei imenso deste poema...pode ter várias interpretações, depende de quem o lê.
Eu acredito no amor, acho que ele é o melhor sentimento do mundo. E este sim é raro.
Caso contrário é porque não é amor de verdade!
Um grande beijinho