sábado, fevereiro 24, 2007

PAZ

Da renitente posição estratégica
Do homem mergulhado em tricheiras,
A levantar-se com os olhos e ver todo o se derredor,
Apontado o arpão disimador,
Recolhendo com gancho
Os pratos vazios, lambidos,
Lançando ao chão, sobre qualquer passante,
Chamos ensurdecedoras, que queimam cinzas,
Erguendo a ira com guindastes pesados,
Esquecendo as visões que tiveram do espelho
No último barbear que fizeram.

Dos contra-apelos de paz ouvidos,
Como choro insistente de criança faminta
Dos lamentos dos viúvos
Que não dormem, sós.
Do abate em série dos homens
Confundidos com formigas,
Dos seguiosos dentes de vampiros sedentos,
Da ignorância estampada nos olhos dos protagonistas
Da comércio de cacos de espelhos
E de pentes sem dentes,
Da desistência dos que,
Desnecessário, vêem qualquer comida,
Tão repulsão da alma em permanecer por aqui.
Da trêmula, medrosa, bandeira de paz,
Que já faltam mãos que a agarre,
Da resolução de Deus, largar,
Sem comoção a postura burra e dura dos carnívoros,
Do vazio que já se anuncia perto,
Tetos que não guardam ninguém,
Braços de caniços,
Incapazes de irem à boca,
De cogitarem um abraço ao vento.

Talvez surgirá a paz
O sonhado território isolado,
A improvável situação que ninguém busca.
Talvez surgirá um mumdo calmo,
No qual não se ouvirão passos,
Vozes não se identificarão.
E só ela reinará, absoluta,
Como se ela fosse a astuta,
E ambiciosa, que só sabe viver só.

Naeno
www.poemusicas.blogspot.com

2 comentários:

Verena Sánchez Doering disse...

NAENO

LEER TU POESIA ES MUY LINDA, HERMOSO POEMA QUE HOY REGALAS
BESITOS



BESOS Y SUEÑOS

Olga disse...

Oxalá um dia a paz tome conta do mundo!Por agora só existe em poemas!