LUZO


LUZO, o remendo do mundo
Pela palavra.
Pelo gesto sinal
Da velha fogueira que nunca se apaga,
Quem orientouv os nossos ancestrais.
Dá-me o amor e a mão,
E eu o desejo inteiro,
Assim provoco, essas carpideiras,
Que já me envolvem, num cordão carnal,
Placenta fora, vida que dá sinal.
Eu durmo um sono
Enquanto espero o mundo,
Lá muito atrás, por dois segundos,
Que dá tempo ver os meus rostos queridos,
A Peste, que ao mundo se espalha,
Num condensado ar, toda sua beleza,
Uma feiticeira, a botar, mexer.
Sandokam, medieval cavaleiro,
Que em todo rumo ruma seu corcel,
Eu falaria, ainda mais, choroso,
Da amostra escassa do rosto de Freyha,
Uma mulher, que de tão velo, vulto,
Jamais podia entregar-se ao clero.
É nossa, tua boca adoça, a nossa,
E tua imagem exposta à poça
De água armazenada pela chuva.
Axiológico, cortador de moitas,
Que faz da lavoura sua devoção,
O seu instrumento rude e ímpar,
Um aparelho de barbear.
Seguros todos antes do ar,
Ou demos do mar todos seguros,
Eu vulnerável por estas bandas só,
Pisando areia, levando pó.
Zeca Paleca, conheço tua destra,
A mão que inventou os contornos da bunda,
Por ser assim O LUZO ver os recordes,
Por teus inventos, cabeça que abunda.
Nokita, a mim estás devendo,
Uma conta vasta que nunca quitas,
Me falta o beijo, jato e verdadeiro,
Faz, aproveita, que ainda estou inteiro.
Dez mil visitas é melhor que mel,
E não é superado por nenhum motel.