segunda-feira, março 26, 2007

NEM TUDO NEM NADA

Quando a gente sente uma dor
No coração que nunca sara,
Passa-se para outro coração.
A canção febril
Que ela cantou pelo mês de abril.
E não se encanta mais
A flor com os olhos quentes,
Nem a boca se esfria em outra boca.
Quando se sente a dor de uma partida
Se parte em muitos os caminhos,
De um virá outro tempo,
Tempo de manga madura,
Tempo para outros peitos duros.
Afinal amoleceu-se tudo em água,
Água parada de lama.
E quando o amor sair,
A gente levanta e bate a porta.
E não há só um coração
Pra se entrar,
Nem um só caminho enfeitado
De pedras e de flores,
E não há um só amor
Que se foi.
E não é de outro coração que se vive,
Nem o mesmo caminho se trilha,
E há tantos amores por aqui.
Há tanta gente por aqui.

1 comentário:

João JR disse...

Belo poema do Naeno, amigo!
Beijinhos