quinta-feira, abril 26, 2007

CONTO

A poesia, uma irrealidade.
A pena, a que se sentencia,
Que movimenta-se pelo vento.
E há ventanias que se formam
De onde vêm.
É caso de se amarrar em tronco grosso
Porque o poeta come insosso
A carne o feijão e o prato.
Passa-se tempos cultuando a letra,
Passa-se nove meses a esperando
Pelo ventre liso
Para que surja uma rajada de raios,
E fagulhem os papéis
Marcando com ferro
De ferrar gado,
A propriedade do dono.
A poesia é mentira
Tirada dos poros de um inventivo
Que qualquer calmante evitaria.
O nome que se dá a ela,
É talvez, o nome de um parente.
A poesia é de outros entes,
E de todos, entre, os mais esvoaçantes
Pássaros que só se ouve o canto.
E o poeta, pobre contista,
De estórias, louco sofista,
Que já foi à marte,
Tocou nas estrelas,
Que diz com firmezas,
Elas são todas rosas.
Eu andei me roçando
Por dentro do jardim.
A lua é uma jardineira triste,
Que fica dias em riste,
E ela como alpiste,
Por ser um pássaro, o maior de lá,
Pra ter sustança nas horas de voar.

1 comentário:

Verena Sánchez Doering disse...

la poesia es el alma que deja letras vestidas de sentimientos
besitos