sexta-feira, abril 20, 2007

SAUDADES
Brasil, querido e pequenina aldeia, onde dorme para sempre embalado pelo doce ciciar das brisas que farfalham nas folhas dos coqueiros, aquele que me guiou os primeiros passos para a vida। Como eu te quero, como eu te amo!...Como eu te sonho, como eu te revejo, através da minha infinita e duradoura saudade!
Há quanto tempo já eu os meus olhos não vêem esses campos matizados de flores, as serras longínquas e azuladas que fizeram , nos meus dias idos de criança, a alegria suprema da minha vida, o contentamento despreocupado da minhalma... Mas, ainda assim, como eu te quero, como eu te adoro, como eu te bendigo, querida e pequenina aldeia onde nasci!...
Se eu agora lá fosse, como evocaria, diante de cada velho e carcomido tronco de árvore, as cenas mais pueris da minha infância. Como eu percorreria, se agora a ti estivesse, vagarosamente, passo a passo, teu tristonho coqueiro sombrio!
E ali, sentado no mais alto daqueles rochedos gigantes, à margem do "Riachão", ouvindo o fragor das rápidas cachoeiras que se despenham, que se precipita, vertiginosamente. Como eu recordaria o tempo que já vai longe, aquele tempo feliz,em que dormia a sesta, ouvindo o macio e caricioso cantar das águas!... E depois, penetrando a clara e rústica igrejinha, que mamais foi concluída, com que devoção portar-me-ia diante da imagem risonha do Menino Deus, mãos erguidas para os céus, como fazia outrora, diariamente, quando a minha ingenuidade infantil ainda não tinha compreendido o espetáculo torpe dos “vendilhões do Templo”!... E, logo em seguida, vistas elevadas para o mais altaneiro dos morros, olhos pregados no imenso Cruzeiro, marco histórico do fim do século XIX, como eu admirava, enlevado, a simplicidade daquele símbolo perfeito, da menos imperfeita das religiões, de cuja base – amo ao próximo como a ti mesmo – tanto se têm afastado os falsificadores da verdade!....
Brasil!.... quantas vezes, ao pôr-do-sol, quando a natureza inteira parece que se curva, numa doce prece de amor e de perdão, como que escuto, ao longe, trazida, talvez, nas asas da minha saudade, a toada enternecedora do Ângelus, nessa voz triste e plangente da tua pequenina sineta de capeta... E é, justamente, nesta hora de pungentes recordações que a minhalma costuma repetir baixinho: como eu te quero, como eu te amo, como eu te bendigo, risonha e bem amada aldeia onde nasci.

3 comentários:

Verena Sánchez Doering disse...

Naeno
como amas y extrañas el lugar que naciste en tu hermoso Brasil lleno de encanto
besitos amigo y que estes bien

xxx disse...

bello Naeno, un abrazo
kiss

Nokitas disse...

Naeno
amigo amas la vida, amas a tu bello Brasil, amas porque eres el amor
kiss amigo