sexta-feira, maio 18, 2007

COMPANHIA

Tudo chega ao mesmo tempo
À mesma hora.
Lembranças repetidas
Nas suas ordens de chegada.
Quando me quieto,
Depois do ritual de preparar-me
Para deitar.
Quando ponho a cabeça
E aqueço os panos por entre meu corpo
Tudo chega,
Lembranças tuas, lembranças.
Que vêm como pássaros buscando ninho
Aquecer os filhotes
Que ao dia receberam visitas rápidas,
De borboletas, restos de insetos,
Que só receberam ao bico,
Mas nenhum beijo.
E tudo chega e todos se deitam.
A cama é estreita,
Faltam lençóis pra nós.
E eu vou pegar.
Se pelo menos eles dormissem
E me deixassem solto em sonhos
Ou pesadelos de os machucar,
Rolar por cima,
E sob o meu peso,
Deles quebrarem-se
De desistirem e não mais voltarem.
E eles vem, instintivamente rindo,
Em todas as noites,
Quando da minha investida
De deitar sem ti.
De contar-me só
Num espaço hostil.

1 comentário:

Naeno disse...

Não estou fazendo campanha nenhuma. Agora me empenho em ser feliz para poder fazer os outros felizes. Torço por um mundo harmonioso, onde todos se respeitem com seus valores humanos, onde o mal e mal querer sucumbam por sob seus próprios escombros.

Um beijo a todos os que fazem o LUZO

Naeno