sexta-feira, maio 11, 2007

ROSAS DO CAMINHO

Hoje eu dei para a moça que trabalha no banco
Onde eu não mantenho conta corrente,
Uma rosa de oito pontas.
Era uma rosa singela, tirada de um jardim
Do caminho da agência bancária.
Ela que andava esquecida de mim,
Com os olhos mais displicentes,
Que tiveram antes sobre mim, mais atentos,
Não como os olhos que vislumbram algum perigo,
Antes um abrigo, para os meus tão buliçosos.
E por este gesto senti que ela ficou
De novo me vendo.
Olhando a mim e a rosa.
Ela não tinha lugar para colocar a rosa,
E eu sugeri seu cabelo
Ela disse que não, que estava em serviço.
Ai meu coração falou: é isso, é isso,
Sugeri que ela a pusesse no decote.
Pior ainda.
Ela sorriu a fechou na mão e disse
Vou mergulhá-lo na água enquanto espera
Eu chegar em casa.
Tenho um vaso esperando por ela,
No criado mudo ao lado de minha cama,
É um vasinho, onde antes de dormir
Fazia dormir o seu coração.