terça-feira, julho 31, 2007

JOÃO GRILO

O homem absoluto pelo mundo
Vislumbra a mulher que surge sob seus olhos
E não estanca, nunca se finda.
Divide a vida com outros seres
Um projeto que se altera, brinca de renascer
Uma criança que se ri cantando.
Tudo o que vê e por ele passa se perpetua em meu cérebro.
Sublimo as flores nas áureas, nos acordes, nos seus balanços
Pisoteio sobre os telhados das casas pendulares do mundo
Abstraio do sonho os corpos das meninas perdidas
Desoriento as planificações,
A estrada se racha com minhas passadas,
E não toco em nenhum canto do mundo.
Apascento os heróis ociosos, louvo o guerreiro derrotado,
Não me dou a amar qualquer pessoa; eu sou o amor
Ajo surpreso por cumprimentar cães de rua
E a pedir perdão aos pedintes.
Sou a ilusão que presencia as criaturas quando nascem,
Que mexe com todos os espíritos com que me deparo.
Resultado da multiplicação, parado, distante do inferno
Não há o que me fixe às vias do mundo.