quinta-feira, agosto 09, 2007

OPORTUNO

Há mistério em teu segredo
Cada cela, grades negras
Na prisão que se segrega
Na qual te entregas ao medo.
Nenhum crime é perfeito
Se não houver corpo ou alma
Nem foragido é suspeito
Nem todo exílio é degredo.
Tudo é estranho ao olhar
Que desconhece a paisagem
Que é aqui de passagem
Que vê em tudo defeito.
Não há malade no riso
Que ri daquilo que é leve
Que é passageiro, que é breve
E que prescreve sem feito.
Nada é incerto e preciso
Nada é tão certo e sem rumo
Um equilíbrio sem prumo
Ou um aceno sem jeito
Deixe na trilha seu traço
Traga ao pés os seus passos
Pelos caminhos andados
Na direção do meu peito.
Então me dê um abraço
Daqueles bem apertados
Um beijo bem demorado
E se aconchegue em meu leito.

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