
Eu canso de ver urubus brancos
Pontilhando as caliças,
Como anjos que descem em bandos
A serem iguais ao diabo que atiçam.
Quando ameaçam as nuvem fechadas
Por uma porta que se abre inteira,
Eles se ouriçam, ruflam suas asas,
Pula o demônio no meio do terreiro.
E se dá o embate de olhos disparos,
De poder e glórias, os tantos animais
Os anjos pulam puxando a carcaça,
do que ao inferno ia, santos a salvam.
Porque urubus não serviria a anjo,
Se protegem mais, são mais disfarçados,
Eles, de branco, ficam não se tomam de espanto,
Com o flole soprando fogo pelo diabo.
Eu já vi anjos vestidos de preto
Saindo das missas, chegando no enterro,
Dessas cândidas almas me protejo
Deixaram o inferno, antes e derradeiros.
Já vi urubus na cor própria, pretos,
Malhando o teto de terra e azul
Anjos cobertos por mantos de anjos,
Guardando a vida com seus olhos nus.
1 comentário:
Muito belo
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