terça-feira, fevereiro 13, 2007

POÇO

A Perfuratriz de ponta de osso
Há nuito tempo o poço engole e vomita,
Não é como a formiga que vai até que fica
E deixa, e o que traz ao bico,
São sobras bem boas para outros que bicam
O terreiro extremo entre a casa e os entes,
Que elas picam, e ficam
Conversando e coçando.
A perfuratriz que roça na descida, força
A terra a gemer. O poço que grita se atestou cheio.
Estou cheio!
Para a barra funda, que na descida abunda,
Não sabe nem se já chegou no meio,
E vem a água, como um feto forçado,
E vem o fóssil, torto triturado,
E fica a terra louca, desvirginada,
Estou grávida, sentindo dores,
E berra aos horrores, o poço, o caminho,
Estou cheio!
E o órgão extenso sentindo bom e quente,
No ir e vir não sentiu que gozou.
E vaza e rasga e sai pela boca,
O repudio do beijo, muita água em jorro.

Sem comentários: