quarta-feira, março 21, 2007

A palavra liga os olhos, liga o aceno e liga o adeus. A palavra só não liga dois quereres que são os meus!
Um homem deu sua palavra. Sua palavra não é mais dele, mas de quem continua a uzá-la, no seu jeito Ele não fala mais. Ele está calado, e calado ele agora só pensa. E só pensando, querendo externar o que deduzia de bom, via tantas coisas que podiam ser úteis aos outros, que eram mudos, e pensou: não posso ser mais um mudo no mundo. Alguém precisa de quem fale por eles. E foi regatear sua palavra com o seu novo dono. E percebeu que aquele que detinha sua palavra mas não a uzava como ele, e a palavra se negava a se externar na forma do comando daquela pessoa.
E ele botou preço para reaver sua palavra, no que insistia o contrário: Sua palavra não vale só isso que ofertas, é muito pouco. E ele se comunicando com uma palavra provisória, sabendo haver deixado uma pessoa calada; Apressado por lhe entregar de volta a sua honra, sua defesa, apressou-se em concluir o negócio, botou o preço que ele achava irrecusável por parte do novo dono. E se surpreendeu quando ouviu do dono: Por tão pouco, aliás por nada você deu sua palavra e agora a quer, inclusive majorando o seu valor. Ele retornou: Não julgo ter inflacionado o valor de minha palavra, prá mim ela vale muito. Quando dei-a, o fis, porque ouvi dizer, por toda a vida, de que o gesto de dar a palavra é um gesto de decisão firme, de que algo será feito, acertado, no ponto de outro perder a sua, ser enfrentado, ser humilhado, e relegado ao plano de perdedor. A palavra e a luva passadas no rosto, representam o desafeto de um para o outro e eu não tenho desafeto, e assim, não tenho motivos para dar minha palavra nestas condição, de saber que não agi direito.
A palavra que eu preferia ter dado era a de conforto, de pacificação, de calmaria, de abrandamento dos corações e dos ânimos. Tomaram a minha cmo uma declaração de guerra e eu não desejo me confrontar com um igual. Não tenho a desvirtude do covarde golpe pelas costas, pela frente, a tirar de alguém sua honra, sua vida. A minha palavra, quando você a pronunciava, eu ouvi de longe, tratava exatamente disso. O encontre tramando uma ação, por Deus, e você acostumado aos pontapés, às espadas, às couraças, tudo em nome da palavra, sucesão de seus abitrários gestos.
O dono da palavra, dele, devolveu-a a ele. E ele passou a falar como antes, não se aprimorara do que era, de como já era antes, porque esta voltara ao pacifista, benfeitor.
Ao se despedir do antigo seguradores de sua palavra, percebeu que ele se dirigira a ele com um tom de voz diferente, calma, branda, com um certo grau de ternura. Ele se voltou a ele e disse: O que houve com você, não o ouvi falar em confrontos, desavenças... Ao que ele lhe respondeu: Aprendi com sua palavra, e enquanto você permanecia mudo, triste, eu não dei a minha palavra. E fiquei pretendendo a sua, e, em falando por sua palavra, julguei mais confortável agir assim, como o vejo agora, e não fiquei mudo. Agora que lhe indenizei com sua própria palavra, vi que a minha aprendeu com a sua. E não tenho mais vontade de bater o martelo, ser arrogante, como se diz por aí.... dar a palavra.

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