sexta-feira, janeiro 29, 2010

QUERER

Querer e poder são por dois olhos
Uma visão do extremado e não do fim
A beleza que encanta
E eu tanto olho
É o que vejo em ti
E não há em mim.

O ter e o querer são, por prisão
A razão de fazer-se
Sem ter fim
O esplendor de uma rosa
Quando ela abre
Os teus olhos também
Se alargam assim.

Bem dizer, mal dizer eternamente
Sempre o não
Quanto mais eu te falo sim
O suor do teu corpo
Inteiro brilho
De um brilhanteLapidado de mim.

Fazer e benzer a obra feita
Um vulto que fala por mim
O artista que sonho
E que não vejo
Nas rajadas do vento no capim
Há uma cobra que se mexe quieta
No ritmo que danças pra mim.
_________________________
naeno com reservas de domínio

1 comentário:

Juliana Lira disse...

As vezes queremos ter o impossível...
As vezes nos agarramos a vã esperança de um dia tê-lo.
Gostei muito dessa parte:

"A beleza que encanta
E eu tanto olho
É o que vejo em ti
E não há em mim."

Por vezes é isso mesmo, nos admiramos do que não somos e gostaríamos de ser, ou ter.

Milhões de beijos