
Quem não olha a flor
Como a formiga, calmamente
O seu sêmen reprodutor
Como o sol, louco pra ver a lua
Se posta madrugador.
Como quem vem pelas encostas
De um jeito surpreendedor
Louco pra ver se a dor já se arredou
Querendo ver o sinal de quem já beijou.
Quem não faz um ninho
E fica ali juntinho
Silvando à fêmea
Ao macho protetor
E não se põe a agradar
Pelas manhãs todas as rosas
Como faz um beija-flor.
E não se dá, em lençosde papel
Lágrimas de dor
Não penetra o coração
Pelo seu veio irrigador.
Quem por toda a vida passou
Em mergulhos em seu próprio calor
E não meteu os pés pelas mãos
E andou distando e não se atropelou.
Não disse nada
E nada ouviu do amor.
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naeno*comreservas
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